Estudo da função e da resistência dos ligamentos esternoclaviculares

 
 
 

Tese de Doutorado

Jacqueline Helena Negri

Orientador: Alberto Croci

Resumo

O objetivo deste trabalho foi o de realizar o estudo das funções e da resistência dos ligamentos esternoclavicular anterior e posterior, dos ligamentos interclavicular e costoclavicular em cadáveres humanos frescos e estabelecer o seu papel mecânico com relação à estabilidade e integridade da articulação esternoclavicular.

Foram retiradas e dissecadas 48 articulações esternoclaviculares de cadáveres humanos frescos adultos sem relato de acometimento traumático da caixa torácica ou do cíngulo do membro superior, que foram distribuídas aleatoriamente em quatro grupos, sendo seis articulações do lado direito e seis do lado esquerdo em cada grupo. Cada peça retirada em bloco único correspondeu ao esterno, às primeiras costelas direita e esquerda, às clavículas direita e esquerda.

No grupo 1, as articulações foram submetidas· a uma carga torcional de superior para inferior da clavícula na sua extremidade acromial. No grupo 2, a um movimento de inferior para superior da clavícula. No grupo 3, a um movimento de posterior para anterior da clavícula e no grupo 4, de anterior para posterior da clavícula.

A posição de inclinação de 34 graus da peça em relação ao plano frontal na realização dos testes mecânicos foi determinada através da medida obtida em 100 radiografias de tórax na posição perfil ortostático de pacientes adultos cujo laudo foi de "tórax normal".

Os ensaios foram realizados em uma máquina de ensaios mecânicos Kratos K5002 conectada a um microcomputador equipado com um sistema de aquisição de dados. Foi utilizado um dispositivo mecânico com a função de posicionar a peça a ser ensaiada e aplicar um momento de torção nos eixos horizontal ou vertical da articulação esternoclavicula.

O deslocamento linear da célula de carga e a força correspondente à resistência imposta pela articulaçao estemoclavicular foram registrados e foi passivei determinar um gráfico do momento de torção em função do deslocamento angular da clavícula, a partir do qual foram determinados o limite de resistência máxima, o limite de proporcionalidade e a rigidez.

A rigidez e a resistência do grupo 1 (movimento de abaixamento do cíngulo do membro superior) foram significativamente maiores quando comparadas ao grupo 2 (movimento de elevação do cíngulo do membro superior).

A rigidez e a resistência do grupo 3 (movimento de flexão do cíngulo do membro superior) foram significativamente maiores quando comparadas ao grupo 4 (movimento de extensão do cíngulo do membro superior).

Concluímos que, durante o movimento de abaixamento do cíngulo do membro superior, a estabilização da articulação é devida ao ligamento esternoclavicular anterior, durante a flexão do cíngulo do membro superior a estabilização da articulação é devida ao ligamento esternoclavicular posterior e que durante a elevação é devida ao ligamento costoclavicular. Já no movimento de extensão do cíngulo do membro superior o ligamento esternoclavicular anterior e o ligamento costoclavicular participam em igual proporção na estabilização da articulação. O ligamento interclavicular não contribui isoladamente ou em associação com os outros ligamentos na resistência da articulação.

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