Avaliação do uso do plasma rico em plaquetas no reparo da rotura do manguito rotador

 
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Tese de Doutorado

Eduardo Angeli Malavolta

Orientador: Arnaldo Amado Ferreira Neto

Banca avaliadora: José Ricardo Pécora, Benno Ejnisman, Roberto Ikemoto e Alberto Miyazaki

Resumo

INTRODUÇÃO: O plasma rico em plaquetas (PRP) tem sido utilizado na ortopedia como método para melhorar a cicatrização tecidual. Existem poucos estudos com alto nível de evidência sobre o seu efeito no reparo do manguito rotador e os resultados são conflitantes, não havendo consenso sobre sua eficácia. O objetivo primário deste estudo foi avaliar o efeito do uso do PRP em pacientes submetidos ao reparo do manguito rotador por via artroscópica através da escala da University of California at Los Angeles (UCLA). A avaliação clínica através da escala de Constant-Murley, de dor através da escala visual analógica (EVA), a presença de rerroturas na análise da ressonância magnética (RM) e a ocorrência de complicações foram considerados desfechos secundários.

MÉTODOS: Estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego. Dois grupos com 27 pacientes (Grupo PRP e Grupo Controle) foram submetidos ao reparo artroscópico em fileira simples de âncoras, sendo que, no Grupo PRP, foi aplicado o concentrado de plaquetas ao final do procedimento. O PRP foi obtido por aférese, aplicado na consistência líquida, com adição de trombina autóloga. Foram incluídas apenas roturas de espessura completa do supraespinal com retração inferior a 30 mm. Os procedimentos foram realizados pelo mesmo cirurgião, entre setembro de 2008 e abril de 2012. Os desfechos foram avaliados através das escalas da UCLA, de Constant-Murley, EVA e pela RM, pré-operatoriamente e aos 3, 6 e 12 meses. A EVA foi aplicada adicionalmente no primeiro e sétimo dia. O nível de significância empregado foi de 5%.

RESULTADOS: Os pacientes apresentaram melhora clínica significativa com o procedimento nos dois grupos (p<0,001). data-preserve-html-node="true" Evoluíram de 13,63 ± 3,639 para 30,04 ± 4,528 no Grupo Controle e de 13,93 ± 4,649 para 32,30 ± 3,506 no Grupo PRP aos 12 meses (p=0,046) de acordo com a escala da UCLA, com um poder de 84% e tamanho do efeito de 0,56. De acordo com a escala de Constant-Murley, os pacientes evoluíram de 47,37 ± 11,088 para 76,89 ± 13,198 no Grupo Controle e de 46,96 ± 11,937 para 83,26 ± 11,141 no Grupo PRP aos 12 meses (p=0,061). A avaliação aos 3 e 6 meses não demonstrou diferença significativa. A avaliação pela EVA não demonstrou diferença estatística em nenhum dos tempos de seguimento, evoluindo de 7,00 ± 1,939 no Grupo Controle e de 6,67 ± 1,617 no Grupo PRP no pré-operatório para 1,70 ± 2,127 e 1,04 ± 1,808, respectivamente, aos 12 meses (p=0,220). Na análise pela RM, o Grupo Controle apresentou uma rerrotura completa e quatro parciais, enquanto o Grupo PRP apresentou duas rerroturas parciais (p=0,42). Ocorreu um caso de rigidez articular em cada grupo (p=1).

CONCLUSÃO: O PRP obtido por aférese, aplicado na consistência líquida e com adição de trombina propiciou melhores resultados pela escala da UCLA aos 12 meses de pós-operatório.

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