Proximal Humeral Fractures in Patients Over 60 Years Old: A Randomized Study of Nonoperative Versus Operative Treatment With Locking Plate
Título: Fraturas do úmero proximal em pacientes acima de 60 anos: estudo randomizado comparando tratamento não operatório e fixação com placa bloqueada
Fonte: Journal of Shoulder and Elbow Surgery, 2025; 34:2165–2177
Autores: Gracitelli MEC, Andrade-Silva FB, Zanesco L, Assunção JH, Kojima KE, Silva JS, Neto AAF, Malavolta EA.
Objetivo:
Comparar os resultados clínicos e funcionais do tratamento cirúrgico com placa bloqueada (locking plate) versus tratamento não operatório em fraturas desviadas do úmero proximal em pacientes com mais de 60 anos.
Metodologia:
- Tipo de estudo: Ensaio clínico randomizado, prospectivo, unicêntrico.
- Amostra: 80 pacientes (71 completaram 24 meses: 40 tratamento não operatório e 31 tratamento cirúrgico).
- Critérios de inclusão:
- Idade ≥ 60 anos.
- Fraturas desviadas do colo cirúrgico com critérios de desvio angular (>45°) ou translação >1 cm.
- Fraturas com envolvimento dos tubérculos maior/menor com desvio >5 mm.
- Exclusões: fraturas articulares com depressão >40%, fraturas-luxações, exposição, infecção, fraturas bilaterais ou patológicas.
- Intervenções:
- Grupo não operatório: uso de tipoia Velpeau por 30 dias e reabilitação precoce com protocolo progressivo.
- Grupo operatório: fixação com placa bloqueada Philos (DePuy Synthes), com reabilitação padronizada.
- Desfechos:
- Primário: Escore Constant-Murley em 24 meses.
- Secundários: IRCS (Individual Relative Constant Score), ASES, SANE, taxa de complicações e reoperações.
- Análise estatística: testes t de Student, ANOVA com correção de Bonferroni e teste qui-quadrado; p < 0,05.
Resultados:
- Constant-Murley (24 meses):
- Não operatório: 68,7 ± 16,1
- Operatório: 66,5 ± 15,8 (p = 0,433)
- ASES (24 meses):
- Não operatório: 77,0 ± 23,1
- Operatório: 79,1 ± 20,0 (p = 0,871)
- SANE (24 meses):
- Não operatório: 83,8 ± 19,3
- Operatório: 88,5 ± 17,2 (p = 0,236)
- IRCS: 79,5% (não operatório) vs. 73,0% (operatório), p = 0,244.
- Complicações: 15,0% no grupo não operatório vs. 35,5% no grupo operatório (p = 0,070).
- Nova indicação cirúrgica: 12,5% (não operatório) vs. 22,6% (operatório), p = 0,421.
- Ruptura do manguito rotador: 20% (não operatório) vs. 25,8% (operatório), p = 0,768.
Conclusão:
O tratamento cirúrgico com placa bloqueada para fraturas desviadas do úmero proximal em pacientes acima de 60 anos não apresentou diferença significativa nos desfechos clínicos e funcionais em relação ao tratamento não operatório. A taxa de complicações foi maior no grupo operado, sem ganho funcional relevante. Os resultados reforçam a viabilidade e segurança do tratamento conservador como opção inicial para a maioria dos casos nessa faixa etária.
Nível de Evidência: II – Ensaio Clínico Randomizado (Tratamento).
Leia o artigo completo:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39921122/